sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

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E agora? Continuo a escrita? Tenho tanta coisa para pintar! Pinto? Escrevo? Danço as tintas que passaram do prazo? Vou molhar o bico. Comi bem (umas tripinhas), bebi bem (um madurinho de pacotilha) mas agora preciso de um desmoente. (Uma biscola das mais baratas). Pausa. Tintas. Ora ondé que eu ia? Estava então na praia, com uma cadela perdida e encontrada ao colo e cheios de fome... Vou pintar e venho já.

Decido voltar ao Café Moinho com a Isquinha para comer umas sandes  de fígado com cebolada enquanto a cadela se diverte com uma costela de bitela e noz moscarda. Eram sete da tarde quando o relógio despertou. Horas de fazer um balanço para entregar mais um relatório. Havia um lençol a drapejar lentamente em azuis estilhaços de gaivota. Tirei uma meia dúzia de fotocópias a esta frase pra dividir com os amigos. Eles merecem.

No Café Moinho, o sossego do costume. - Olhó pintor!!! Boas tardes senhor pintor!! Um sorriso e uma vénia de simpatia pela minha chegada. Sorri. Começava a fazer parte da casa. Abraços trocados com o Claudino, palavras em marés brandas e pescas  novas de projectos seguintes. Sentámo-nos à mesa, a continuar a secagem daquele vinho mordente que tinha sobrevivido em Vila Flor. E que vinho, senhores... Falou-se sobre sonhos e barcos perdidos no horizonte das  memórias. Mais meia dúzia de fotocópias.

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