sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025

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Fui obrigado a parar numa Ópera Som Stop. Havia que fazer um ponto de situação. Convoquei uma reunião com os Moinantes do Júri. Fechei a praia num envelope lacrado, selei tudo o que tinha escrito até agora, esperei entretanto que a parede fosse dormir.

Três elementos do Júri apareceram no Café Majestic eram sete da manhã. À hora a que me estava a deitar. Levavam o relatório da entidade superior em letras gordas. Ia haver chacina. Pediram um chá disfarçado. O empregado pediu desculpa e lembrou que o Café só abria às dez matinais. Foram beber a garrafa do Alvarinho para a Praça D. João I, em frente à Tubitek. Eu ouvia todas as questões que iriam ser levantadas. A saber, cortados todos os subsídios para escritas absurdas!! A não ser, claro, para os afilhados do costume. Segundo, nunca exagerar em dar iscas de fígado a cães com fome. Terceiro, Explicar Tim Tim por Tim Tim o título da história. O que é que a Flor Agreste tem a ver com tamanho disparate! Já choviam queixas do Museu Soares dos Reis. Coitada da Flor. Quarto, proibir totalmente fazer referências a músicas e nomes de grupos que não façam parte da nossa pirosa play-list. Quinto, não deixar que escreva nada sobre rossanços eróticos e espetadas da play-boy! - Mas isso ainda não fez!! - Mas vai fazer!! Eu conheço estes doidos!! Este é pirócò Pacheco!! Sexto, obrigá-lo a assinar um acordo em que, mesmo que edite o livro em edição de autor, setenta por cento do lucro é para nós. Mesmo que a gente repita os números editados. Sétimo, obrigá-lo a autorizar que o Augustinho Pancêtas seja o autor da capa, com direito a cinquenta por cento sobre as vendas. Oitavo, é preciso ver o que vamos exigir para oitavo. Nôno, obrigá-lo a ir à casa do Raúl Brandão a levantar uma encomenda.

Já terá com que se entreter o resto da vida...

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