Emaranhado entre sofás de granito e algas, areias onduladas e aconchego, encostei na rocha encostado na cadelita, a olhar sonâmbulo o dia a nascer. Estava feliz. Estava marinado em cansaços vários e julgamento de idéias. Fui-me por um caminhar de murmúrios embalado até à foz dos meus rios por desaguar. Aguarelas esbatidas em nortadas cantadas pela Sameiro até ao sepulcro dos lagostins grelhados. Aromas passados que diziam onde tudo tinha começado. Vou virar o disco. Havia a tal praia e um barco encalhado. E o rodopio que fugiu ao controle.
Havia agora baleias que se desenhavam no céu à minha frente e faziam o bailado das pescas mansas. Sem violência nem arpões. Harpas modestas com cordas mal esticadas. Sons diluídos em charcos onde as crianças misturavam pequenas mijicas e bolinhos de bacalhau. Recolhi as redes e subi para a proa. Recolhi as velas e abafei os pavios. Na doca seca pedi uma ginja. Um pão de ló de Ovar vinha servido como aperitivo. Comi quase metade. Por pura simpatia ofereci o resto a uma jovem bonita que estava à minha frente com uma vintena de cangurus.
Era a Misse Austrália que tinha fugido da Grécia por causa do calor. Aproximou-se de mim, beijou-me nos óculos e roubou-me as lentes! Perdi o contacto com a central, aproveitei a deixa e fiz um desfalque no Sindicato dos Moinas. Pediram-me o cartão de acesso e o código de birras. Mandei o Péstinha Azul que tinha mais perto da realidade. E uma sombrinha da Olga...
Sem comentários:
Enviar um comentário
Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.